domingo, 26 de junho de 2011

CHILE FINAL - A Estupidez...


vista hotel

Decidi que hoje, finalmente vou finalizar a viagem do Chile. Então vamos lá: o casal que estava com a gente só ficou 1 dia em Santiago e voltou para o Brasil, enquanto nós ficamos 4 dias sozinhos.

Achamos que merecíamos ficar num super hotel, com uma vista sensacional para os Andes. Afinal, já que não se pode realmente descansar numa viagem com bebê, pelo menos iríamos acordar com uma vista incrível, além de curtir a piscina e nos revezarmos para fazer massagens. Uma maravilha...

A Alix curtiu a piscina, os passeios e como estávamos aproveitando muito, nos deixamos levar pela descontração e acabamos fazendo uma estupidez. Eu diria que foi uma imbecilidade gigante, mas quem nunca fez uma na vida, que jogue a primeira pedra.

Nossa fofura estava feliz, dormindo bem a noite toda no bercinho do hotel. Então tivemos a brilhante idéia de deixá-la sozinha dormindo no 17 andar e fomos jantar 2 dias no restaurante do próprio hotel, com o agravante da babá eletrônica não funcionar em tamanha distância.

Nem passou pela nossa cabeça que pudesse acontecer alguma coisa. E isso é que foi o mais bizarro. Só quando voltamos para  Rio, ao contar para os amigos, percebemos o tamanho da besteira que fizemos.

Graças a Deus não aconteceu nada, mas tomamos um mini sustinho. Na segunda e última vez que fomos no japonês do hotel, ao voltarmos por volta de 22:30 da noite, encontramos a porta do nosso quarto escancarada, com todas as luzes acesas e 3 camareiras dentro do nosso quarto conversando super alto.

Pânico total! A primeira coisa que eu fiz foi correr pro berço da Alix enquanto meu marido literalmente expulsava todas as camareiras do quarto. Qual não foi minha surpresa quando encontrei ela dentro do bercinho no décimo segundo sono. Ufa! Acho até que as moças nem perceberam que tinha um bebê lá dentro.

De volta ao Brasil, quando contávamos a história, todo mundo lembrou do caso Madeleine, aquela menininha inglesa que desapareceu num apartamento alugado para férias em Portugal. Minha garganta dava até um nó. Cheguei a chorar quando pensei na irresponsabilidade nossa.

Mas uma coisa eu garanto, depois dessa, prometi que nunca mais isso se repetiria. Em Nova York tratamos de conseguir uma babá. Mas isso é assunto pro próximo post.

Ps: A volta pro Rio no avião foi meio chata. O avião pro Rio, diferente do de São Paulo era meio lata velha, não tinha berço e a Alix deu umas choradinhas pra dormir. U ó! 

segunda-feira, 20 de junho de 2011

CHILE III - A caminho de Pichilemu


Meu marido ama surfar, apesar de não ser surfista profissional, antes que perguntem. Por conta disso, as vezes vamos parar em lugares nada turísticos, como a cidade de Pichilemu, que fica a 3 horas de carro de Santiago.


Tínhamos alugado um carro com uma cadeirinha para bebês, que por sinal estava bem sujinha, mas como eu ando sempre com alguns panos-fralda enormes, usei para forrar o assento e a Alix não estranhou nada. Ainda bem.


Mas antes de colocar o pé na estrada, anotei no GPS o endereço da tal loja de papinhas  orgânicas que tinha visto na internet. Mas o sujeito da locadora de carros já tinha avisado que o GPS no Chile não era lá uma maravilha. Rodamos, rodamos e fomos parar numa feirinha nada a ver e não consegui achar a tal da loja de orgânicos. Comprei até uma colher de pau, já pensando em eu mesma fazer a comidinha dela.


Viajar de carro com bebês, tem sempre a vantagem do sono. Difícil não dormirem com o balancinho. Mas acho que na hora que acordam, vale uma parada de pelo menos meia hora, para se esticar, distrai e descansar.


Foi assim que fizemos. Quando Alix acordou, depois de quase duas horas de estrada, procuramos um lugar para parar. Na verdade, paramos 2 vezes no caminho, uma para descansar e a outra para dar o jantar. Só assim ela não se chateou em voltar para o carro.


A impressão que tive de Pichilemu foi a de uma cidade praiana, bem pequena e sem o m-e-n-o-r glamour. Demos sorte de encontrar um hotel bacana, dentro de um bosque num lugar mais afastado da cidade.


Nosso chalé era ótimo. Tinha quarto, sala e cozinha. Mas quando vi as panelas fiquei com um pouco de nojinho de cozinhar para Alix ali. Fora que quem me conhece sabe que cozinhar não é meu forte, além de estar de férias, nem um pouco a fim de ter mais uma preocupação. Resumo da ópera: quando as papinhas caseiras do Brasil acabaram, tentei até fazer um acordo  com a cozinheira do hotel (mas fracassei!) e tive que me render as papinhas da nestlé com muita dor no coração.


Desde seu nascimento (hj ela está com 1 ano e 2 meses) foi a única vez na vida que a Alix comeu as tais papinhas.


Nesse caso resolvi ceder porque foi muito prático e confortável para a gente, que já tinha que ficar na função de lavar mamadeiras de suquinho, procurar sempre uma frutinha fresquinha pro lanche, amamentar, trocar fraldinhas, enfim, tudo o que um bebê demanda.


Como no nosso chalé não tinha berço e escurecia as 22h, fazer a Alix dormir virou um parto. Tentávamos escurecer o quarto, que tinha uma claribóia no teto, que vazava luz. E eu acho que ela pensava : Se está de dia, porque vocês querem que eu durma? e acabou que não teve um dia em Pichilemu que ela não tenha dado uma choradinha pra dormir. 


Não ter berço também atrapalhou bastante. Improvisamos uma caminha com um colchão cercado de almofadas. Definitivamente ela dorme melhor em berço. Quando fomos para Santiago ela voltou a não reclamar para dormir, porque no hotel tinha berço.


E eu lá na neurose do fusohorário, achando que ela depois que voltasse ao Brasil não ia mais dormir bem. Justo ela que sempre dormiu tão bem. Até que eu resolvi escutar meu marido e comecei a deixar ela dormir um pouco mais tarde que o habitual, acostumando-a a um novo fuso.


Foi a melhor coisa que eu fiz. Ela logo se adaptou ao novo horário e quando estávamos perto de voltar eu fui colocando ela para dormir mais cedo e quando voltamos pra casa, não tivemos problema nenhum.


O engraçado é que o casal de amigos noivos que estavam lá com a gente, não viam a hora em que estávamos esterelizando mamadeira, limpando uma roupinha com cocô, trocando fraldinhas, preparando banho, enfim, fazendo o básico para a sobrevivência de um bebê. Quando eles chegaram no Brasil, disseram que era mole viajar com bebê, que a Alix não dava  trabalho nenhum. Ela é um bebê anjo, mas nem por isso deixa de dar muito trabalho.


Ficamos cinco dias, curtindo bastante a praia e o lugar, que era bem bonito. Tomávamos café da manhã no hotel e colocávamos ela no chão cheia de brinquedinhos para se distrair. Na hora do almoço, tentávamos comer quando ela estava dormindo, mas nem sempre dá certo e quando não dáva, também ficávamos entretendo ela para conseguirmos comer... 


Depois disso fomos para Santiago e eu tenho uma história que é um horror, mas que só caiu a ficha para mim depois. Pais de primeira viagem podem fazer besteira. Mas isso é história para um próximo post. Só posso adiantar que aprendi a lição.


ps: essa foto é original da viagem...

segunda-feira, 13 de junho de 2011

CHILE II



Na hora de fazer as malas da Alix para o Chile, contei com a ajuda de uma amiga que têm gêmeos (um pouco mais velhos q a Alix) e que tinha váários macacões de plush quentinhos para emprestar... Sabia que ia estar quente em Santiago e poderia estar frio em Pichilemu, cidade que iríamos primeiro.


Tenho a regra de sempre viajar com que posso carregar, ou seja, com o mínimo de malas possíveis.  


Pensando nisso, levei uma mala dessas de fim de semana para mim e outra para a Alix. Ficamos 10 dias.  Fiz a mala um dia antes, o que pode ser arriscado, mas é que eu funciono assim. Fico pensando no que quero levar durante a semana e um dia antes, pum, coloco em prática de uma tacada só. Maridão levou uma mala igual, mais a capa de pranchas, que além das pranchas foi com a banheirinha inflável do patinho junto.


Decidimos não levar o berco portátil, porque íamos carregar muita coisa e os hotéis de Santiago tinham berço. Hoje, me arrependo de não ter levado, porque ficamos quase 10 dias em Pichilemu sem berço e eu não gostei nada da experiência, que vou contar mais pra frente.


Como nessa época Alix ainda amamentava, só precisei levar as tais comidinhas orgânicas e mamadeira para suquinho. Não levo prato, dou sempre a comida no próprio potinho, que pode ir ao microondas. Mas se  tiver que comer fria, ela come. Acostumei ela a comer a comida em qualquer temperatura, de propósito.


Um casal fofo (sem filhos) de amigos foi com a gente e eu estava preocupada com isso, porque viagem com bebê tem outro ritmo e eu não queria estragar a viagem de ninguém. Por isso, achei melhor alugarmos carros separados, o que foi ótimo. Mas o casal era tão tranquilo (e a Alix também) que eles realmente nem se incomodaram de parar uma vez ou outra pra dar comidinha ou dar uma descansadinha. Sorte nossa! 


O que eu não fazia idéia, quando chegamos no aeroporto do Chile é que eles tem uma política mega rígida sobre a entrada de qualquer alimento no país porque conseguiram a façanha de exterminar as tais moscas do mediterrâneo de lá (umas moscas que dão em frutas). De cara eu vi um um passageiro do nosso vôo ganhando uma mega bronca porque ele estava com uma banana na mochila.


E eu lá, com um cooler cheio de papinhas de todos os tipos e gostos. Estava bem embaixo do carrinho da Alix, mas na hora que o policial bateu o olho perguntou o que era e eu disse: "coisas de bebê". Sem piscar, me mandou passar na esteira. 


Coloquei na esteira, junto com o resto das malas. Acontece que na hora que o policial do raio x ia olhar, ele pediu pelos papéis que declaravam se eu levava comida ou não (aquele clássico, que a gente marca tudo não). Eu tava cheia de coisas na bolsa, peguei o papel errado, mó confusão e bem na hora dessa mini confusão, as comidinhas passaram sem que ele olhasse para a tela do raio-x. Prometo que foi pura suerte! Mas já sei que na próxima, vou ter que dar outro jeito.


Tirando isso, o vôo foi ótimo. O avião de São Paulo para o Chile era novinho. Eles me arrumaram um daqueles bercinhos que ficam pregados na parede, bem em frente a nossa cadeira e  ela amou. Foi dormindo quase toda a viagem, que foi bem tranquila. Quando chegamos, ela acordou e ficou de olhinhos abertos no carrinho. Na hora, me preocupei um pouco, porque já eram umas 10 da noite no Brasil e ela nunca estaria acordada a essa hora. Mas quando as malas chegaram, pronto, ela já tinha dormido de novo. 

Se tivéssemos que entrar num carro e ir pra um hotel, ia ser muuuito cansativo, por isso, fomos inteligentes o suficiente pra ficar num hotel praticamente dentro do aeroporto. Nosso quartinho estava esperando com um bercinho já pronto, que ela não estranhou nada. No dia seguinte pegaríamos o carro, rumo a Pichilemu. Ficar nesse hotel fez toda a diferença. Sem estresses.






quinta-feira, 9 de junho de 2011

CHILE!!!

Apesar do Chile ser uma viagem curtinha, com apenas 4 horas de vôo, tem o peso de ser uma viagem internacional com um bebê. Como fomos em dezembro, ainda não havia começado o vôo direto Rio - Santiago, que teve início em janeiro.  Tivemos que ir por São Paulo. A viagem de 4 horas tinha se transformado numa viagem de 6 horas.
A volta seria direto.

Alix estava com 9 meses e nessa altura, já tínhamos ido novamente a Areal e para Teresópolis com ela. 

Resolvi ler sobre a experiência de outros pais viajantes. Fiquei muuuuito satisfeita com o livro "Como viajar com seus filhos sem enlouquecer"e com o blog "gira mundos."

Nessas pesquisas, achei um site  gringo (que já não lembro mais qual é) que tinha um fórum sobre fuso horário com bebês. Alix sempre dormiu bem e dormir a noite para mim, é fundamental. Me deixa feliz para ficar bem com a minha pequena o resto do dia. 

Li a história de um bebê que dormia de 7 as 7 e depois de uma viagem dos EUA para o Japão NUNCA mais tinha sido o mesmo e acordava todas as noites, tinha dificuldades para dormir… Pra falar a verdade, essa história me assombra até hoje. 

Do Brasil para o Chile, a diferença de fuso era bem pequena (1 hora) e eu tinha lido que quando fosse menos de 4 horas, que o melhor seria não mudar os horários da rotina do bebê. Viajei com esse pensamento. Mas a verdade é que a teoria ajuda, mas na prática nem sempre funciona. Graças ao meu marido, vi que a Alix poderia se adaptar a novos horários e depois voltar facilmente, facilitando nossa vida (explico melhor depois).

Minha primeira providência antes da viagem, foi tirar o passaporte da pequena. Me inscrevi pela internet e tive a infeliz surpresa de encontrar todos os postos sem data para antes da viagem. Tremi na base. Mas o maridão, que é bem mais prático, me deu o telefone de um despachante, que por um preço bem carinho, agendou para mim uma data lá no Via Parque, bem longe da zona sul, onde moro. E o pior, o bebê tem que estar presente para tirar o passaporte e para buscar depois de pronto.  

Com a data marcada, tirei as fotos do passaporte numa papelaria. Foi bem divertido e depois a dinda, vovós e tios corujas puderam ganhar uma fotinha para colocar na carteia, já que eles devolvem todas…

Depois de toda a papelada pronta, minha segunda maior preocupação era a comidinha da Alix. Sou bem chata quando se trata da alimentação dela. Não dou açúcar, nem sal, muito menos papinha da nestlé. Encontrei um site que vendia papinhas orgânicas em Santiago. Liguei, mandei email e não obtive resposta.

Decidi levar comida para 4 dias, dos 10 que íamos ficar viajando, em uma bolsa térmica e tentar achar a loja das tais papinhas quando chegasse.

Agora sim, era hora da viagem, que vai ser assunto para um próximo post. Nossa! Como tenho coisa pra contar... Acho que a viagem do Chile vai render….

Ps: Recebi várias reclamações de pessoas que não conseguiram comentar no blog. Acho que o problema foi resolvido.

terça-feira, 7 de junho de 2011

OS FILHOS DEVEM ACOMPANHAR OS PAIS



Até hoje lembro da reação da minha mãe quando disse que estava pensando em engravidar. "Mas vocês gostam tanto de viajar". Na hora eu pensei: "mas e d-a-í?" Claro que eu nunca tinha tido um filho e hoje entendo o que a minha mãe quis dizer, porque dá mesmo um mega trabalho, mas como diz o meu pediatra: "Os filhos devem acompanhar os pais".

Essa frase do nosso pediatra acabou que virou quase um mantra para mim e para o meu marido. E, o resultado foi que com 11 meses, Alix (esse é o nome da minha filha, que posso comentar em outro post)  já foi para Areal, Chile, Teresópolis, Nova York, Barbados, Bahia e Búzios.

Se o seu marido for realmente companheiro, tudo fica mais fácil. Eu tive essa sorte. Sinceramente, não sei se conseguiria se fosse diferente.

Mas acho que de qualquer maneira, dá para viajar. Tem gente que leva babá, mãe ou sogra e se vira como pode.  Até agora, as viagens internacionais, fizemos sozinhos. E a sensação de curtir em família (pai, mãe e filha) é incrível, isso eu garanto.

Ela acabou de completar um ano e semana passada estávamos em Itacaré. Mas como é meu primeiro post, vou comentar da primeira viagem, que fiz sozinha para Areal (região serrana do Rio). Alix estava com apenas 6 meses e como já deu para perceber, eu e meu marido sentimos coceira se ficarmos sem viajar. 

Na verdade, esta primeira viagem era para visitar o avô e porque o maridão, merecidamente, estava louco para fazer uma viagem de surf, sozinho, sem fraldas e chorinhos.

Essa viagem foi bem fácil. Consegui um desses berços portáteis emprestado (que está comigo até hoje) e fui com a minha mãe. Fiz uma mala pequena, não esquecendo de fraldas, pomadinhas, casaquinhos e muitas roupas extras. Nessa época, Alix só mamava no peito, o que facilitou muito. Não tinha colher, comidinhas, nem mamadeira. Só a mamãe aqui. 
Não deixei de colocar a banheira inflável do patinho (que é incrível e ela ainda usa) e como estava de carro, me empolguei e levei aquela cadeirinha que treme, que tem bichinhos pendurados, mas conhecida como bouncer. Ainda bem.

Escolhi um horário em que ela dormisse de dia (o que não é dificil com 6 meses) e coloquei o pé na estrada, dirigindo. O pediatra aconselhou que eu amamentasse na serra, por causa do ouvidinho nas alturas. Mas como eu estava dirigindo, preferi arriscar. Minha mãe foi atrás com ela e na hora da serra verificou que ela estava chupando o dedinho, quase dormindo...

Eu ia parar no Alemão, tradicional restaurante em Petrópolis, no meio do caminho, mas minha mãe disse que ela estava dormindo e resolvi ir direto. Foi ótimo. Quando estávamos chegando, ela acordou, chorou um pouquinho, mas nada que preocupasse. 

A viagem foi tranquila, ela se comportou super bem. Foi bom pra eu ver que ela não estranhou dormir em outro berço e como a casa estava vazia, me dei ao luxo de colocá-la num quarto diferente do meu, pra que eu pudesse ficar mais a vontade  no meu quarto. Afinal, ela desde que chegou do hospital, dorme no próprio quarto sozinha. 

A única coisa diferente, foi que eu senti que um dia ela ficou meio chatinha, enjoada e notei que não tinha feito cocô. (O bom de escrever sobre bebês é que cocô e xixi viram palavras corriqueiras na vida.) Ela nunca tinha tido prisão de ventre na vida. Esquentei uma ameixa seca e pronto, no dia seguinte ela estava ótima. 

Voltei pro Rio toda animada e falei pro meu marido que viajar com ela era uma delícia. Estávamos prontos pra nossa primeira viagem internacional em família. Chile que nos aguardasse.